Não
é que o mundo mereça mais bombas-relógio e destruição iminente por aí. É só que
Marte podia dar uma passada por aqui, e trazer algumas de suas habitantes de
sangue vermelho-paixão para habitar o nosso planeta. A gente já
tem algumas estrategistas que não vão ligar no dia seguinte,
e algumas líderes do símbolo feminino que conseguem ser sensuais até de calcinha bege.
Mas parece que dizimaram aquela espécie de mulher que assumia a linha de frente
de combate e entrava no jogo do amor com ou sem escudo pra brigar de vez. Foram
os corações quebrados nas guerras ou isso é tudo uma grande estratégia
sentimental regida por Vênus?
A gente precisa de mais descontrole emocional
e mais raiva. Mais nervos à flor da pele e mais pulsação. As Mulheres de Marte
são isso: o coração da guerra. Elas dispensam o banco de reserva e essas
barreiras sentimentais e o choro de madrugada e descontam a frustração num saco
de areia ou num telefone quebrado na parede. Mas se arriscam. E se deixam levar
pela pulsação, pelo peito acelerado, pelo vamos em frente e não pelo será que.
Essas mulheres são o novo sexo forte. No
amor. Ou em qualquer outro lugar que você consiga enxergar por dentro delas.
Elas rangem os dentes e mordem. Seja nas costas de um homem enquanto
protagonizam seus gritos de guerra e gozo, seja na vida enquanto defendem seus
interesses sentimentais. E ai de quem declarar que elas não são sensíveis por
pertencerem a outro planeta que não é o habitual feminino. Elas transpiram
gana. De risco. De cisma. De desabar só quando alguma lança atravessar o peito
delas. De cair no chão e levantar. De sair dos seus fortes indomáveis e
proclamar o que querem. Com ou sem espada. Mas com coragem. Elas querem mesmo é
atravessar a gente e, no fundo, desejam ser atravessadas verdadeiramente.
Marte é ligado a qualquer processo de furar,
cortar, penetrar e rasgar. E é disso que a gente precisa. De mulheres que
cortem as nossas gargantas quando a gente se sentir preso naquela defesa
masculina idiota de não conseguir dizer que ama. De penetrar fundo e, se for
pra vir pras nossas vidas, que seja sem sentimentalismo e com mais ação. Mais
destruição em massa. Mais revolução. De rasgar os modos e se entregar num
estacionamento, ou por debaixo da mesa de jantar, ou num banheiro de balada, ou
numa cama qualquer que seja. Mas que use a libido para acender o pavio-curto de
Marte e explodir de vez. Sem se segurar. Sem destrinchar os sentimentos e usar
da sensibilidade como desculpa.
As terráqueas já reclamaram sobre os homens
daqui e pediram por mais Homens de Vênus.
E agora a gente pede para que as Mulheres entendam que Marte tem também seu
lado bom. Visitem mais o planeta quando puderem. Porque Marte é impulso e ação.
E nós queremos mulheres que vejam o amor assim. Mulheres que se construam de
uma forma doce ou agressiva, mas que se deixem levar pela adrenalina. Que se
pareçam com aquele planeta vermelho e pequeno, mas nos dominem e nos mostrem
que a vida é mais do que as projeções bacanas de pessoas ideais e pacíficas.
Ah, e que me desculpem as habitantes de Vênus, mas no amor a gente precisa
mesmo é de uma dose imensa de coragem e descontrole. Que daí a gente não se
destrói à toa.
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